Bicicletas elétricas ampliam processo produtivo no Polo Industrial de Manaus

Publicado no Jornal do Commercio / Manaus → Leia AQUI

A mobilidade elétrica vem ganhando bastante relevância no processo logístico das empresas. Dentro dessa categoria, as bicicletas elétricas não são apenas uma excelente opção de deslocamento nas cidades, mas estão estimulando novos negócios e aumentado o processo produtivo para as fabricantes instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus).

Números da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), confirmam essa escalada. As indústrias no Amazonas produziram 9.780 bicicletas elétricas, alta de 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (9.368 unidades). 

Hoje, a categoria responde por 1,7% da produção. Em 2019, esse índice era de apenas 0,3%. “A bicicleta elétrica permite que você vá a qualquer lugar com agilidade e conforto. Isso faz com que muitos moradores das grandes cidades deixem o carro na garagem e passem a pedalar.

Além de ser uma escolha mais sustentável, isso traz benefícios como maior agilidade no trânsito, melhora no condicionamento físico e redução no estresse”, ressaltou o diretor executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi. 

Segundo ele, esse é um movimento que veio para ficar. A bicicleta, seja a convencional ou a elétrica, é cada vez mais procurada pelas pessoas que querem utilizar um meio de transporte mais sustentável e econômico, fugindo do trânsito nas cidades. Os ganhos não ficam restritos a uma melhor mobilidade urbana. Há, ainda, a inclusão social e os benefícios para a saúde. “Os brasileiros seguem uma tendência mundial de optar por produtos em sintonia com o meio ambiente e adotar um estilo de vida mais saudável”. 

Confirmando potencial de produção destes produtos no Amazonas, a empresa Drop é a principal fabricante brasileira de patinetes elétricos, veículos como motonetas, hoverboards diciclos e quadriciclos, referência do mercado, já foi autorizada pela Zona Franca e lançará nos primeiros meses de 2023 a linha de bicicletas elétricas. Para Ricardo Ducco, sócio-fundador da Drop, o PIM certamente será o grande centro produtivo do país, por reunir as condições econômicas mais viáveis para a produção de ciclomotores, motonetas e motos elétricas.
 
Conforme Ducco, a categoria de ciclomotores tem registrado aumento na demanda no país, motivado, segundo ele, pelo melhoramento na malha cicloviária em alguns estados. “Tem ocorrido uma expansão satisfatória da malha cicloviária nos grandes centros urbanos. As pessoas não mudarão seus hábitos somente motivadas por conscientização ambiental. É necessário haver ganho de tempo, de qualidade de vida, de prati cidade e, é claro, ganho econômico”.

Ele reforça que a viabilidade econômica para veículos elétricos duas rodas no Brasil praticamente só se dá através da Zona Franca de Manaus. Sem os incentivos fiscais, os impostos de nacionalização mais que dobram o custo da mercadoria. Porém, como contrapartida aos incentivos fiscais, há obrigatoriedade de implementação de uma planta industrial no PIM, demandando investimento, tempo e custos fixos elevad os.

Como solução para transpor essa barreira, a Drop está fechando contratos de OEM, ou seja, produzindo para outras marcas que buscam maior competitividade através da produção nacional no PIM. 

“Dessa forma, acreditamos que o potencial produtivo de veículos duas rodas no
Amazonas poderá ser ampliado consideravelmente. Funciona como uma espécie de montadora compartilhada, onde pequenos e médios importadores, que não têm escala suficiente para sustentar uma Planta Industrial, encontram a viabilidade econômica necessária, ganham competitividade, de forma imediata, sem burocracia e investimentos onerosos”, afirmou. 

A um caminho a percorrer, já que a proliferação da mobilidade elétrica por modais como patinetes e bikes dependem de infraestrutura viária. Prefeituras têm feito investimentos maciços na expansão de ciclovias e ciclofaixas em todo Brasil.

“Também temos observado avanços nos componentes elétricos, por exemplo, baterias e motores, cada vez mais eficientes e acessíveis, que permitem adesão cada vez maior de pessoas a esse tipo de alternativa de transporte”. 

Por fim, a combinação destas condições favoráveis tem fomentado um novo mercado de potencial gigantesco, o de delivery. “Ao contrário da bike mecânica, a motorizada é utilizada somente para mobilidade urbana, não para lazer. Ela trouxe, de fato, uma solução para muitas pessoas que não utilizam bicicleta pela inconveniência de chegar suado ao trabalho”, disse, Ricardo Ducco, sócio-fundador da Drop.

Estimulando novos negócios/serviços

O uso de bicicletas elétricas para entregas no Brasil ganhou força nos últimos dois anos, puxado por iniciativas de duas empresas de perfis distintos: a centenária estatal Correios e o iFood, aplicativo de entregas criado na década passada.

O modo em que as bikes são oferecidas aos colaboradores também é bem diferente.
Em novembro deste ano, os Correios fizeram um pregão para comprar 5.946 bicicletas elétricas com baú, que serão entregues a partir de março de 2023. Com isso, a empresa espera ter a maior frota deste tipo de veículo no país.

Novos projetos industriais no segmento

Na 296ª reunião ordinária do Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas), que ocorreu em junho deste ano, a pauta apresentou propostas voltadas ao segmento da eletromobilidade.

Três projetos são voltados à produção de bicicletas, motocicletas, motonetas e patinetes elétricos. A empresa Cairu PMA Componentes para Bicicletas Ltda propõe a produção de bicicletas elétricas, com investimento de aproximadamente R$ 3 milhões.

A fabricante Giga Indústria e Comércio de Produtos de Segurança Eletrônica S/A apresentou projeto para fabricar motonetas e motocicletas elétricas, com investimentos previstos de mais de R$ 36,4 milhões. A Giga Indústria ainda submeteu o segundo projeto propondo produção de bicicleta e patinete elétricos. Os investimentos chegam na ordem de R$ 19,4 milhões.

Saiba

O PIM conta hoje com 13 fabricantes de meios de transportes elétricos, como patinetes, triciclos, bicicletas, motonetas, entre outros. Empresas como a Caloi, Oggi e Sense, Cicloway operam dentro do segmento. 

Redação

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