São Paulo recebe prova da Fórmula E e amplia uso de veículos elétricos no transporte urbano

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, vistoriou nesta terça-feira (7) as estruturas temporárias e obras para a realização da etapa brasileira da Fórmula E, a sexta do calendário da competição mundial, que acontece no dia 25 de março em circuito de 2,9 quilômetros na região do Sambódromo. Esta será a primeira prova em solo brasileiro da modalidade, que utiliza exclusivamente modelos 100% elétricos.

O prefeito e secretários de governo utilizaram ônibus elétrico da Eletra para chegar ao local da coletiva de imprensa, sendo que outro veículo da mesma empresa foi usado para transportar jornalistas e convidados do evento. Ricardo Nunes, que afirmou ser um entusiasta de veículos não-poluentes, foi recebido pelos dois pilotos brasileiros que disputam a Fórmula E – Lucas Di Grassi (Mahindra) e Sergio Sette Câmara (Nio 333)  – e conheceu o circuito a bordo de um Porsche Taycan elétrico. Outro veículo, um Nissan Leaf, também foi usado por convidados e staff da Fórmula E para o reconhecimento das instalações.

No dia da competição, o público terá à disposição uma linha exclusiva de transporte, com cinco ônibus elétricos Eletra, para realizar o trajeto entre o Terminal Tietê e o Sambódromo, com acesso gratuito.
Além da Eletra, a etapa brasileira da Fórmula E também contará com apoio e patrocínio de importantes associados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), como a Enel, ABB e WEG.

Durante a coletiva de imprensa, o prefeito destacou que a Fórmula E vai movimentar cerca de R$ 300 milhões na economia paulistana e gerar mais de 3 mil empregos. Em relação à frota de veículos elétricos à disposição da população, Ricardo Nunes revelou que a capital vai contar com até 600 ônibus até o final de 2023, para substituir modelos a diesel, com projeção de atingir cerca de 2.600 modelos em 2024.

Segundo a prefeitura, atualmente há em uso na cidade 19 ônibus 100% elétricos a bateria e 201 trólebus.

“A Fórmula E vai marcar a cidade de São Paulo como importante foco de políticas públicas de sustentabilidade e incentivo ao uso de veículos que não poluem. Também vamos incentivar a substituição do transporte público com frota de diesel para modelos elétricos,  atendendo as etapas de protocolos internacionais”, destacou o prefeito Ricardo Nunes.

A cidade de São Paulo apresenta um dos mais robustos programas de mobilidade elétrica do país. Desde outubro do ano passado, de acordo com a SETRAM (Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana) e a SPTrans, está proibida a compra de ônibus movidos a diesel para os sistemas de transporte da capital paulista.

Laboratório da mobilidade elétrica

A Fórmula E, que chega a sua 9ª temporada mundial, apresenta inovações a cada ano em seus veículos e se transforma em um verdadeiro laboratório de soluções. Neste ano, a categoria conta com modelos mais leves, potentes e rápidos.

Para a etapa brasileira, que compreende a Gen3 (terceira geração dos modelos da Fórmula E), os veículos têm potência máxima de 350 kW (equivalente a 470 cv) e velocidade máxima de 320 km/h, com regeneração que atinge 600 kW.

Os promotores da Fórmula E estimam que 40% da corrida será realizada com energia colhida diretamente da pista, o que significa que os veículos possuem uma capacidade de bateria reduzida como resultado final. Não há freios traseiros nos carros, assim o poder de parada total para o eixo traseiro é controlado pelo motor em regeneração.

As novas baterias foram projetadas para serem recicladas no final da vida útil, enquanto fibras de carbono residual dos modelos podem ser recicladas e reutilizadas para outros fins.
 

Marcelo Lia

Jornalista, sócio-diretor da Líbero Comunicação, acumula mais de 30 anos de experiência na grande imprensa, mídias digitais e assessoria de imprensa